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Sou uma pessoa que ama a vida, a família e os amigos. Funcionária pública e estudante do curso de pedagogia da UNEB-Universidade do Estado da Bahia/Campus X -Departamento de Educação.

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

RESUMO: BUFFA, Ester: Educação e Cidadania Burguesa.

A autora ao iniciar problematiza a questão cidadão e cidadania, que trazem as nossas lembranças os Direitos dos Homens e os Cidadãos, declarações essas que surgiram no processo da Revolução Francesa quando os burgueses derrubaram a nobreza e conquistaram o poder. Onde o cidadão pleno é o proprietário. Essa burguesia defendia a cidadania, proposta pra todos. A autora nos questiona o porquê o emergente projeto burguês de sociedade necessita da educação e da cidadania e de que se trata? Ao decorrer veremos que essas declarações que são de interesse de um todo, passam a ser de interesse de alguns, restringindo apenas a burguesia. Com as transformações que os homens sofreram, surgiu à mudança no mundo do trabalho, os homens começam a produzir de outra forma a sua vida material, fazendo com que tivesse novas formas de relações sociais. Daí surge os trabalhos artesanais, a manufatura se expande aumentando cada vez mais a necessidade de produção de mercadorias organizada pela manufatura. Diante disso, surgem transformações que coloca o trabalho sob novas bases, transformando as relações de propriedade e mudança nas relações entre trabalhador e empregador. Isso acontece devido às mudanças econômicas e a necessidade do trabalho. Os elementos fundamentais para a manufatura se resumem em o trabalhador e a ferramenta, ferramenta que não mais pertence ao trabalhador e sim do capitalista que o emprega, a autora coloca que ele pode ser um trabalhador livre, uma vez que dispõe da sua força de trabalho como mercadoria ou não ter nenhuma outra mercadoria para vender, ele passa a ser um trabalhador livre e desprovido das coisas necessárias para a realização de seu trabalho. O trabalhador também pode ser um trabalhador parcelar, onde a produção de algumas mercadorias é dividida em partes diferentes, na qual a produção é fragmentada, cada trabalhador produz uma determinada “parte”. Buffa coloca que a manufatura é revolucionária à medida que, dividi o trabalho em parcelas e desapossa o trabalhador, criando aí condições para um momento posterior. Torna-se insuficiente, e é substituída pela grande indústria moderna, que seu instrumento de trabalho por excelência é a máquina, com ela aparece à forma de produção capitalista, onde o trabalhador deixa de ser um mecanismo vivo e é incorporado a um mecanismo morto que existe independente dele, a máquina passa a substitui o homem. Nessa etapa não existem mais hierarquias e segredo de ofícios, a máquina iguala todos os trabalhadores, pois para trabalhar com a máquina basta somente ser homem, isso nos mostra claramente que todos passaram a estar em um mesmo degrau. A experiência adquirida pela prática utilizada nas manufaturas, é agora substituída pela ciência. Essas transformações na produção da vida material provocam transformações na organização política, políticas essas que segundo Maquiavel é um jogo de interesses. Descartes, no discurso do método destrói esse mundo que a igreja católica cria, onde o poder é centrada na igreja, ele fala da experiência humana e da necessidade de criar leis e métodos. Esses métodos que vão sustentar a nova ciência que temos hoje, que propõe a fragmentação da vida para entender o objetivo de cada parte. Já Locke coloca que cada homem é proprietário de si e de seu corpo, e que o homem se apropria das coisas pelo trabalho, percebe que o capitalista compra o trabalho e não o trabalhador. Marx ao analisar com maior profundidade o processo do trabalho, radicaliza a questão da igualdade posta pelo liberalismo, ele coloca que a força de trabalho torna-se uma mercadoria, que é vendida por certo preço que varia de acordo com as leis do mercado. Sendo que de posse dessa mercadoria, o capitalista vai utilizá-la na produção de uma nova mercadoria, aumentando assim a sua riqueza. Para ele quem deveria obter a riqueza era o trabalhador, pois quem produz é o trabalhador. Comenius é um pensador da fase inicial do capitalismo e as categorias que pode entendê-lo é a manufatura, a divisão parcelar do trabalho, a ciência experimental moderna. Para ele a educação é para todos, porém há um contraditório, não são todos que tem acesso à educação. Para os burgueses em seu discurso pedagógico, diz que a educação de base é para todos porque há uma igualdade natural entre os homens, essa educação que forma o cidadão. A nova ordem econômica da manufatura não exige o trabalhador qualificado, exige o trabalhador disciplinado e zeloso. A burguesia cresceu e se consolidou, conquistou espaço na política e instaurou a democracia burguesa cujos seus primeiros sinais foram a Declarações dos Direitos do Homem e do Cidadão, onde enuncia os direitos naturais do homem como a liberdade, propriedade, igualdade perante a lei, que serviu de base para a Constituição de 1791. No pensamento burguês há uma separação em proprietários e não-proprietários, nesse caso só os proprietários é que tem direito a plena liberdade e cidadania, já pra os não-proprietários cabe uma cidadania de segunda ordem, enquanto cidadão passivo terá direitos à proteção de sua vida, sua liberdade e sua crença. Dessa forma entende que a educação dos trabalhadores pobres tem por função disciplinar para a produção. No Brasil, país capitalista que é identificado como uma sociedade autoritária e hierarquizada, onde os direitos do homem e do cidadão não existem, não existe pra elite uma vez que não precisa, pelo simples fato de ter privilégios, não existe também para a maioria da população que são os despossuídos, pois suas tentativas de conseguir sempre são interpretadas como caso de policia e tratado com todo rigor.

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